Celso Antunes destaca neste livro que o
professor bonzinho, permissivo, perde
sua identidade como pessoa. Podemos
ser amigos, compreensivos, mas o
limite deve ser bem claro, bem definido
e a preocupação em acompanhar o
processo de construção do
conhecimento dos alunos deve ser
efetiva.
Na sala de aula a conversa entre os
alunos é inevitável; é impossível ficar ao
lado dos amigos sem conversar; o que
devemos fazer é aproveitar essa
conversa como instrumento para um
trabalho pedagógico, aprender a ser
um administrador de conversas,
expositor de desafios, instigador de
perguntas. O autor alerta que devemos
tomar cuidado com o silêncio humano.
Este esconde muitas vezes problemas
emocionais ou disfunções agudas.
Ao ensinar, é fundamental que o
professor peça aos seus alunos que
opinem, sugiram, contem coisas de seu
eu e de seu mundo. Jamais matar a
curiosidade apresentando rapidamente
a resposta; faça-os buscar pelos
caminhos da pesquisa, pela reflexão do
debate. E nunca se esqueça de levar
para a sala de aula o sorriso, a boa
educação (polidez) e o bom senso.
Com alunos difíceis, ou seja, aqueles
que não querem nada com a aula,
procurem não se exasperar, dar
broncas. Após o final da aula chame
esse aluno para conversar; faça-o
descobrir que você quer ajudá-lo.
Diálogo, polidez e bom humor são
aliados incondicionais para o bom
relacionamento entre professores e
alunos em sala de aula.
Existem algumas idéias levantadas por
Celso Antunes que podem auxiliar os
professores em seu dia a dia, obtendo
assim maior prazer e sucesso no seu
trabalho. Vamos a eles:
• Definir de forma clara e cristalina as
regras disciplinares.
• Estabelecer canais límpidos de
comunicação entre os alunos, diretores,
pais, orientadores e professores.
• Assiduidade e pontualidade.
• Associar o conhecimento novo aos
saberes que os alunos possuem.
• Preparar de maneira cuidadosa a
aula.
• Traçar um projeto de atividades
anuais, dividindo suas etapas semana
após semana.
• Estabelecer, se possível em consenso
com a classe, os limites desejáveis das
condutas e cobrá-los sempre de
maneira imediata e coerente.
• Entrar em sala e, sem demora, iniciar
a aula.
• Cobrar, com firmeza, mas sempre
com bom humor (quando possível), a
colaboração de todos e ser um árbitro
sereno no cumprimento das regras de
conduta consensualizadas com a classe.
• Falar com expressividade e clareza.
• Iniciar os trabalhos com um plano de
aula simples, mas objetivo e coerente.
• Movimentar-se todo o tempo,
manter-se alerta a todos e também a
todas as ocorrências.
• Mostrar sempre disposição para
manter a calma e a serenidade, mesmo
em situações mais difíceis.
• Saber dar a devida importância ao
tom de voz empregado e estudar a
linguagem gestual.
• Jamais comparar-se a qualquer
colega. Nunca comparar um aluno ou
uma classe com outra.
• Distribuir com uniformidade,
serenidade e justiça a atenção de
todos.
• Analisar com calma as razões que
podem levar alunos ao desinteresse ou
a indisciplina e discutir, particularmente
com os mesmos essa postura.
• Conhecer diferentes estratégias de
ensino, jogos operatórios, técnicas de
ensino e aprendizagem.
• Possuir projetos de avaliação claros e
explícitos.
• Manter atualizados seus registros e
suas notas.
• Cumprir com integridade tudo
quanto prometeu.
Ensinar utilizando diferentes
recursos e estratégias para
despertar a curiosidade e
incentivar os alunos em sala de
aula e projetos é eficiente medida
contra a indisciplina.
• Fazer das perguntas uma eficiente
ferramenta de aprendizagem.
• Não se desgastar ensinando aos
alunos tudo aquilo que sozinhos eles
podem aprender.
• Estimular o aluno para interpretar o
aprendizado usando diferentes
habilidades.
• Ensinar seus alunos a leitura dos
saberes que se encontram em
diferentes linguagens.
• Saber delegar aos alunos tarefas e
funções junto à classe que explorem
capacidades de aprender e de
aprendizagem.
• Fazer revisões periódicas daquilo que
foi aprendido.
• Organizar de forma eficaz, na medida
dos possível em consenso com os
alunos, o espaço da sala de aula e a
disposição dos lugares de cada um.
• Cuidar da sua apresentação,
dignificando a importância e até o
sentido do ato pedagógico.
• Mostrar atenção aos problemas dos
alunos.
• Concluir a aula de maneira amistosa e
bem-humorada.
É importante destacar que os passos
sugeridos costumam ajudar a resolver
parte expressiva dos problemas
disciplinares; mas não os eliminam por
completo. A continuidade de aplicação
dos procedimentos é que pode garantir
a perenidade dos bons
comportamentos, da participação dos
estudantes nas aulas, o debate em
torno das idéias e conteúdos
trabalhados,...
Para concluir, o professor precisa ser
amigo dos alunos, companheiro e
compreensivo, ter a mentalidade aberta
e acompanhar o processo de
construção do conhecimento, atuando
como agente entre os objetos do saber
e a aprendizagem e ter a certeza de
que, quem educa semeia um futuro
melhor...
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