A esplenomegalia, também
denominada megalosplenia, consiste
no aumento do volume do baço, que
normalmente pesa 150 g e tem até 11
cm de comprimento em seu maior eixo.
A esplenomegalia pode ser causada por
diversos motivos:
Hipertrofia do baço por estímulo a
resposta imune devido à infecção,
como na endocardite bacteriana
subaguda ou na mononucleose
Hipertrofia por aumento na destruição
de eritrócitos como na esferocitose
hereditária ou talassemia maior
Doença mieloproliferativa
Doença infiltrativa, como a sarcoidose
e algumas neoplasias
Neoplasias como linfoma e leucemia
linfocítica crônica
Doença de Chagas
Leishmaniose viceral (Calazar)
Aumento na pressão venosa, como na
cirrose, no câncer de pâncreas (que
pode levar a trombose da veia
esplênica) e na insuficiência cardíaca
congestiva
Doenças de depósito, como a doença
de Gaucher e a amiloidose
Quando o baço aumenta de tamanho,
a sua capacidade de reter e armazenar
células sangüíneas aumenta. A
esplenomegalia pode reduzir o número
de eritrócitos, de leucócitos e de
plaquetas circulantes (levando,
respectivamente, a anemia, leucopenia
e plaquetopenia, condição denominada
hiperesplenismo).
Sinais e sintomas
Um baço aumentado não causa muitos
sintomas e nenhum deles revela a
causa específica do seu aumento. Pode
haver aumento do volume abdominal
nas esplenomegalias mais severas
(como na doença de Gaucher) ou dor
em hipocôndrio esquerdo
acompanhada ou não defebre nas
esplenomegalias infecciosas ou por
câncer. O hiperesplenismo secundário à
esplenomegalia pode causar palidez,
mas o sintoma mais evidente dessa
condição seria a formação de petéquias
e hematomas pela plaquetopenia.
Diagnóstico
A esplenomegalia normalmente é
diagnosticada no exame físico, através
de palpação ou percussão, ou através
de ultrassonografia (ecografia). Deve-se
diferenciar a esplenomegalia da
presença de baço acessório, uma
variação anatômica que ocorre em 10 a
30% da população normal e não tem
qualquer significado patológico.
Algumas vezes, é necessária a
realização de uma tomografia
computadorizada (TC) para
complementar a ultrassonografia em
relação à investigação da etiologia. A
ressonância magnética (RM) fornece
informações similares e também
determina o fluxo sangüíneo através do
baço. A cintilografia usa partículas
levemente radioativas para avaliar o
tamanho e a função do baço e para
determinar se esse órgão está
acumulando ou destruindo grandes
quantidades de células do sangue. Os
exames de sangue revelam uma queda
do número de eritrócitos, de leucócitos
e de plaquetas.
Ao exame microscópico, a forma e o
tamanho das células sangüíneas
podem fornecer indícios sobre a causa
do aumento de tamanho do baço. Um
exame da medula óssea pode detectar
a presença de um câncer de células
sangüíneas (p.ex., leucemia ou linfoma)
ou um acúmulo de substâncias
indesejadas (como nas doenças de
depósito). A determinação da
concentração das proteínas séricas
pode ajudar a descartar distúrbios
como o mieloma múltiplo, a
amiloidose, a malária, o calazar, a
brucelose, a tuberculose e a sarcoidose.
Tratamento
Quando possível, o médico trata a
doença subjacente causadora da
esplenomegalia. A esplenectomia
(remoção cirúrgica do baço) raramente
é necessária e pode causar problemas,
incluindo a suscetibilidade a infecções
graves. No entanto, vale a pena correr
esses riscos em determinadas situações
críticas: quando o baço destrói os
eritrócitos tão rapidamente que ocorre
o desenvolvimento de uma anemia
intensa; quando ele exaure de tal
maneira a reserva de leucócitos e de
plaquetas ao ponto de tornar possível a
ocorrência de infecções e hemorragias;
quando ele torna-se tão volumoso a
ponto de causar dor ou comprimir
outros órgãos; ou quando ele torna-se
tão grande que partes do mesmo
sangram ou morrem. Como uma
alternativa à cirurgia, a radioterapia
algumas vezes pode ser utilizada para
reduzir o tamanho do baço.
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